Os historiadores não sabem muito sobre a história inicial do beijo. Quatro textos em Sânscrito Védico, escritos na Índia por volta de 1500 a.C., parecem descrever pessoas se beijando. Isso não significa que ninguém tenha se beijado antes, nem que os indianos tenham sido os primeiros a se beijar. Os artistas e escritores podem ter considerado o beijo particular demais para ser descrito na arte ou literatura.
Após sua primeira menção por escrito, o beijo não apareceu muito na arte ou na literatura por algumas centenas de anos. O poema épico indiano “Mahabharata” descreve o beijo nos lábios como um sinal de afeto. O “Mahabharata” foi transmitido oralmente por milhares de anos antes de ser escrito e padronizado, em torno de 350 d.C.
O texto religioso indiano “Vatsyayana Kamasutram“, ou o “Kama Sutra“, também descreve uma variedade de beijos. Ele foi escrito no século VI d.C.
Os antropólogos que acreditam que o beijo é um comportamento
aprendido afirmam que os gregos souberam sobre ele quando Alexandre, o
Grande, invadiu a Índia em 326 a.C.
Não há muitos registros sobre os beijos no mundo ocidental até a
época do Império Romano. Os romanos costumavam usar o beijo
para cumprimentar amigos e familiares. Os cidadãos beijavam a mão do
Imperador e, naturalmente, as pessoas beijavam seus parceiros. Os
romanos tinham três categorias para o beijo:- osculum era um beijo na bochecha
- basium era um beijo nos lábios
- savolium era um beijo profundo
O beijo também teve sua função nos primórdios da Igreja Cristã.
Os cristãos com freqüência se cumprimentavam com um osculum pacis, ou
beijo sagrado. De acordo com essa tradição, o beijo sagrado causava uma
transferência de espírito entre as duas pessoas que se beijavam. A
maioria dos pesquisadores acredita que o objetivo desse beijo era
estabelecer vínculos familiares entre os membros da igreja e fortalecer a
comunidade.
Até 1528, o beijo sagrado era parte da missa católica. No
século XIII, a Igreja Católica o substituiu por um cumprimento de
paz. A Reforma Protestante no século XVI removeu totalmente o beijo da
prática protestante. Na verdade, o beijo sagrado não exercia uma função
na prática católica religiosa moderna, embora alguns cristãos beijem símbolos religiosos, como o anel do Papa, por exemplo.
Embora atualmente, poucos religiosos incorporem o beijo sagrado, o beijo ainda prevalece na cultura ocidental. Hoje em dia, as pessoas se beijam em várias situações por motivos diversos.
Mas nem todos os beijos são felizes. Obras da literatura como “Romeu e Julieta” descreveram beijos como “perigosos” ou “mortais” quando compartilhado com as pessoas erradas. Alguns estudiosos
do folclore e críticos literários vêem o vampirismo como um símbolo dos
perigos físicos e emocionais decorrentes de se beijar a pessoa errada.
Atualmente, a maioria das culturas em todo o mundo
pratica o beijo, mas possui diferentes opiniões sobre quando e onde o
beijo é apropriado. Nos anos 90, vários artigos na mídia relatavam uma
tendência entre os jovens de beijar em público no Japão, um país onde o
beijo tradicionalmente era visto como uma atividade privada.
O beijo de Judas
Um dos beijos mais famosos do mundo ocidental foi o
beijo de Judas Iscariotes usado para trair Jesus antes da crucificação.
Esse beijo teve forte influência sobre as práticas espirituais cristãs.
Grupos da igreja logo omitiram o beijo sagrado, ou se abstiveram por
completo de beijar na Quinta-Feira Santa. A Quinta-Feira Santa é a
quinta antes da Páscoa e o dia utilizado para comemorar a Última Ceia,
após a qual Judas traiu Jesus nos Jardins do Getsêmani.
Fonte: pessoas.hsw.uol.com.br
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